Blade Runner 2049

Ridley Scott realizou o filme original, que se tornou numa referência do género de ficção científica, alcançando o estatuto de culto, reservado a muitos poucos projectos cinematográficos. Como tal, foi com algum receio que encarei esta sequela, que decorre trinta anos após os eventos de Blade Runner.

A narrativa apresenta-nos um mundo sombrio, repleto de tecnologia e em que as máquinas se converteram em membros integrantes da sociedade, embora continuem a ser vistos com desconfiança. Os Blade Runner continuam a ser uma presença constante, com a tarefa de recolher e descontinuar os modelos Nexus mais antigos que ainda continuam “escondidos” da sociedade, em consequência do grande Apagão (sugiro que vejam as três curtas oficiais), que eliminou todos os registos digitais existentes.

E é precisamente nessa premissa, que a narrativa nos apresenta K, um Blade Runner da polícia de Los Angeles, muito à semelhança de Deckard, que investiga um caso relacionado com Sapper Morton, um modelo Nexus 8 que esconde um segredo que pode mudar o rumo da História. Para estragar qualquer tipo de experiência do vosso lado, vou manter este artigo spoiler-free, salientando apenas que K inicia uma investigação, que envolve a Wallace Corporation, a maior criadora de replicants do Mundo, e que é liderada por Niander Wallace (Jared Leto).

Uma série de eventos vai juntar K e Deckard, que são perseguidos por Niander e Luv, fruto dos segredos que descobriram e que podem iniciar uma guerra entre Humanos e Replicants. O filme é francamente longo e tem algumas cenas de acção memoráveis, mas a narrativa é tão poderosa e fluida, interligando-se de forma quase perfeita com o original, que tudo o resto se torna secundário.

Parece-me injusto considerar este filme como uma sequela, porque é muitos mais do que isso. Estamos perante uma história independente, que se funde harmoniosamente com o primeiro Blade Runner. A fotografia e a banda sonora são simplesmente épicas e no global, estamos perante um dos melhores filmes de ficção científica da última década, se não o melhor.

Ryan Gosling tem uma interpretação fenomenal, embora seja justo destacar as personagens de Sapper, Joi, Luv, Niander e Joshi, que embora com participações curtas, nalguns casos, conferem uma qualidade e consistência à narrativa.

Haveria muito mais a dizer acerca de Blade Runner 2049, mas como mencionei, teria de colocar alguns spoilers que iriam reduzir a vossa experiência cinematográfica. Quero apenas agradecer a Denis Villeneuve pelo respeito com que tratou este projecto e ao enorme fan service realizado, ao integrar Deckard, Rachael e Gaff no enredo.

Termino com a óbvia recomendação de irem a um cinema com Dolby Atmos e deixarem-se envolver por este universo. Atrevo-me a dizer (e sim, ainda vai sair o Star Wars, entre outros) que dificilmente verão um filme melhor no decorrer deste ano.

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hugocardoso

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