A visão de Sam Raimi para o Spider-Man nunca me convenceu, sobretudo pelo facto de terem escolhido Tobey Maguire. Mas desde o início que fiquei desconfiado de um reboot de algo lançado entre 2003-2007, nomeadamente nas alterações à narrativa que poderiam ocorrer.
Honestamente, considero que este filme é mais fiel à BD original, indo à origem do Homem-Aranha. Andrew Garfield é um excelente Peter Parker, o que lhe faz ganhar pontos, dado que como Spider-Man é de longe superior a qualquer um dos filmes anteriores.
O vilão escolhido para o reboot foi o Lizard (um dia será o meu preferido: Kraven, o caçador), aka Doutor Curtis Connors, um brilhante cientista que tenta cruzar geneticamente espécies animais com humanos. O enredo é dedicado à “génese” do Homem-Aranha, com a inevitável morte do Tio Ben (genialmente interpretado por Martin Sheen) e à consequente luta interior de Parker, em busca de vingança.
Paralelamente, Peter Parker conhece Gwen Stacy, a namorada original da BD que é assassinada pelo Green Goblin, enquanto tenta sobreviver à vida na escola, onde o seu rival “Flash” Thompson não dá tréguas. Em suma, todos os ingredientes estão reunidos para algo verdadeiramente épico mas o filme nunca atinge esse patamar.
A batalha com o Lizard podia ser melhor e deveriam ter explorado mais a parte dos esgotos. Parece-me que a cidade de NY “aceita” o Spider-Man demasiado rápido, ajudando-o inclusivamente na luta com o vilão (sem spoilers). E sim, tenho perfeita noção de que se trata de uma adaptação, mas num filme que procura ser fiel às origens não deixa de ser uma decisão curiosa.
Apesar dos pontos acima mencionados, recomendo a ida ao cinema. É um reboot competente, com mais qualidade do que os filmes anteriores e com algumas cenas verdadeiramente épicas. Por último, quando começarem a passar os créditos não se vão embora…
hugocardoso
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