The Force Awakens marcou o ressurgimento da franchise, com um enorme fan service mas que manteve uma ligação sentimental às suas origens. Como tal, fazendo jus ao equilíbrio da Força, The Last Jedi marca precisamente a mudança, com o abandonar da maioria dos dogmas que cultivámos durante as últimas quatro décadas.
Entrei na sala com um nível de expectativa moderado, face ao ruído que o Universo Star Wars cria. Confesso que há muito de positivo nestas duas horas e meia de filme, dos quais destaco a poderosa interpretação de Mark Hamill, a evolução de Kylo Ren e a passagem de testemunho de liderança da Resistência.
E esta é a fase em que vou começar a dar spoilers, pelo que sugiro que prossigam à vossa responsabilidade.
A missão de Rian Johnson era complexa, dado que era necessário romper com o passado e dar início à nova geração de heróis e vilões. A narrativa é dividida em várias mini-histórias, em que acompanhamos a missão de Finn e Rose, a luta pela sobrevivência da Resistência e o treino de Rey.
Há uma preocupação em desenvolver as personagens principais, dando a conhecer um pouco mais da sua história, fundamental para este filme e para o final da trilogia, que estreará em 2019. No entanto, existem falhas, nomeadamente com a personagem de Leia, que na minha opinião deveria ter realizado o derradeiro sacrifício que fica encarregue à Almirante Holdo, numa das cenas mais marcantes de todo o universo Star Wars.
Gostaria igualmente de ter recebido mais informação sobre as origens do Líder Supremo Snoke, para confirmar se é de facto o mítico Darth Plagueis. Sejamos honestos, onde estão as lutas de sabres de luz? E seria mesmo necessário aquela utilização da Força por parte da Comandante Leia Organa?
Nalguns pontos, a narrativa é algo previsível e retira inspiração em eventos da trilogia original, mas apresenta uma base sólida e dá espaço à nova geração para crescer e suportar esta franchise. Mark Hamill é fenomenal como Luke Skywalker, elevando o filme a um nível diferente sempre que está presente. BB8 continua a ser um digno sucessor de R2D2 e Chewbacca complementa muito bem estas referências originais que servem de farol para os fãs da faixa etária mais elevada.
Lamentavelmente o desaparecimento de Carrie Fisher cria uma necessidade de mudança para o derradeiro filme, dado que a ideia original consistia em criar uma trilogia em torno das personagens de Han Solo, Luke Skywalker e a Princesa Leia, respectivamente. Tendo em conta que está confirmado que não será utilizado CGI para recriar a personagem, o guião terá de sofrer algumas mudanças, o que me deixa algo curioso face à forma como termina The Last Jedi.
As minhas primeiras palavras após os créditos finais foram “este filme é difícil”, dado que marca claramente o fim de um Era, simbolizado na perfeição pelo diálogo final entre Kylo Ren e Luke Skywalker. Estamos perante o melhor filme da nova trilogia, carregado de simbolismo e carga emocional que vai claramente dividir os fãs. Pessoalmente, estou entusiasmado com a aventura que se segue mas mantenho algum cepticismo face a algumas das decisões.
(serei apenas eu a considerar aquela cena final como um teaser para a trilogia futura?)
hugocardoso
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