A sexta edição da Comic Con realizou-se no Passeio Marítimo de Algés, à semelhança do ano anterior e juntou um cartaz muito interessante, repleto de diversidade e que apelava a todas as faixas etárias. Pessoalmente, estava particularmente entusiasmado com a presença de Tricia Helfer, a Six de Battlestar Gallactica mas por motivos pessoais, tive apenas disponibilidade de me deslocar ao evento no dia 15, Domingo.
Foi com alguma surpresa que foi confirmada a participação nesse dia de Millie Bobby Brown, a Eleven de Stranger Things, o que criou um hype mediático e que certamente impulsionou a venda de bilhetes. Posso afirmar com franqueza que nunca tinha visto o recinto tão cheio, o que sendo positivo para o evento, também expôs várias limitações e falhas na organização.
Ao trazer um nome tão sonante e que criou entusiamo na faixa etária entre os 8 e 16 anos seria expectável algum cuidado na preparação do painel. É por demais evidente que a lotação do VIP Stage não seria suficiente para os milhares presentes, o que originou longas horas em filas, ao calor sufocante de Verão e que resultou em inúmeras reclamações dos presentes. O mesmo ocorreu relativamente à sessão de autógrafos e fotos, que alegadamente estava limitada a 100 participações.
No que diz respeito ao recinto, existiram claramente mais atividades, das quais destaco os painéis de BD e algumas workshops relacionadas com gaming, TV e conteúdos multimédia. Os convidados presentes foram igualmente bem escolhidos, com destaque para Todd Stashwick, Benedict Wong, Joaquim de Almeida, Kevin McNally e Alexander Ludwig, para citar os mais relevantes.
Numa nota menos positiva, tenho de mencionar a decisão de juntar os expositores de artistas com as inúmeras bancas de venda ao público, o que congestionou de forma aberrante os visitantes, num espaço em que o calor era francamente intolerável.
Adicionalmente, existiam muito poucas zonas onde pudéssemos relaxar ou descansar as pernas, algo que é fundamental num evento desta dimensão. E claro, como em todos os eventos deste género, o preço da restauração é absolutamente pornográfico.
No global, apesar de existirem mais experiências, fiquei com a nítida sensação que a organização não estava preparada para um salto tão grande na escala da Comic Con. Gostaria de ter os números oficiais para confirmar esta afirmação mas posso garantir que a adesão foi muito superior a edições transactas. E foi extraordinariamente gratificante ver tantas famílias no evento, a serem fiéis ao que realmente apreciam em termos de cultura pop.
Mas entre os pontos positivos e negativos, terminei a minha presença invadido pelo mesmo sentimento de 2015, em que fiz um hiato de dois anos em termos de presença no evento. Sinto que se tornou demasiado comercial e que os painéis e os workshops disponíveis não justificam o preço do bilhete, que tem subido gradualmente. Seguem-se alguns meses de ponderação mas diria que é pouco provável que esteja presente na edição de 2020.
E vocês? Estiveram presentes? Caso pretendam, podem partilhar o vosso feedback na caixa de comentários.
hugocardoso
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