Star Wars – The Force Awakens

Uma década após o lançamento do Episódio III, chega ao grande écran a mais recente aventura do Universo Star Wars. Como sabem, a Disney é a actual detentora dos direitos, após ter gasto 4 biliões de dólares, num investimento que terá sem dúvida um retorno financeiro colossal. Pela primeira vez, George Lucas não esteve envolvido no guião e o leme passou para JJ Abrams, que ressuscitou com qualidade outra franchise de peso (Star Trek).  A gigantesca máquina comercial da Disney entrou em marcha e temos sido bombardeados com trailers, merchandising e rumores constantes, até ao lançamento no passado mês de Dezembro.

Não foi fácil arranjar bilhetes para IMAX mas consegui finalmente assistir ao filme, o que culmina com esta partilha da experiência, que vai conter muito spoilers. Se ainda não viram The Force Awakens, esta é a altura para deixarem de ler o artigo.

Há muito para gostar nestas duas horas e quinze minutos, com destaque para o fan service prestado pelo realizador, que funde elementos da trilogia inicial com a nova geração. A inesquecível música de entrada, com a breve explicação da narrativa marca o início de algo especial, devidamente maximizado pela experiência em IMAX, algo que recomendo vivamente.

Passaram muito anos desde que o Imperador e Darth Vader foram derrotados, mas a Galáxia continua em perigo, muito por culpa da temível First Order, liderado pelo Sith Lord Rylo Ken. A República parece enfraquecida e a Resistência, liderada pela Princesa, perdão General Leia, é incapaz de derrubar o Líder Supremo Snoke, que aparenta ser o Sith Master desta nova aventura.

Numa tentativa desesperada de localizar Luke Skywalker, a Resistência envia Poe Dameron, o seu melhor piloto, ao remoto planeta de Jakku, de forma a recuperar o mapa que contém as coordenadas necessárias. A missão sofre no entanto um duro revés, em que o único sobrevivente é aparentemente BB-8, um andróide que terá de encontrar forma de regressar à Resistência, com o mapa. O destino, ou talvez a Força, colocam no seu caminho Finn, um stormtrooper desertor e Rey, uma habitante local. A situação escala rapidamente, culminando numa fuga arrojada, numa nave que talvez conheçam: Millennium Falcon.

Esta é a narrativa inicial do Episódio VII, que apresenta muitas semelhanças à trilogia original. Uma vez mais, temos um droid com planos importantes, que deve ser devolvido à Resistência. Curiosamente temos mais uma arma de destruição, que vai requerer uma missão (quase) suicida para desactivar os escudos que protegem a instalação. E muito sinceramente esta é uma das falhas que aponto ao filme, aliada à falta de carisma do vilão, algo que considero essencial para elevar o patamar nesta nova geração.

Excelente a contribuição de Harrison Ford, que consegue colocar este filme num patamar elevado, mas que deixa claramente uma preocupação para os episódios seguintes. Compreendo a necessidade de passar a imagem de que Rylo Ken ainda se encontra em formação, como forma de desculpabilizar as suas dúvidas e erros constantes mas deveria ter sido seguido outro caminho, na minha opinião. Não faz sentido mostrar um vilão tão conhecedor da Força no primeiro terço do filme, para ir diminuindo as suas capacidades a cada minuto que passa, no decorrer do resto de The Force Awakens. E para culminar… torna-se complexo conceber como pode ser derrotado por Rey, que não tem qualquer treino na arte de luta com o sabre de luz.

A morte de Han Solo é sem dúvida necessária mas gostaria que tivesse mais significado, como por exemplo, um sacrifício que permitisse a fuga de Rey. Ao invés, voltam a apostar na mesma fórmula da trilogia original, tornando esse evento como o catalisador para a transformação completa de Kylo Ren para o Lado Negro. Gostaria igualmente de ter mais informação acerca da First Order, assim como da história que envolve os Cavaleiros de Ren, que terão sido os destruidores da nova geração de Jedi. Todos estes elementos são abordados de forma minimalista, ao bom estilo da Disney, que vai capitalizar esta franchise ao máximo.

Parece-me importante destacar a boa prestação de Daisy Ridley como Rey, assim como Finn e Poe Dameron, que representam os pontos mais fortes da nova geração desta narrativa. BB-8 é sem dúvida um digno sucessor de R2-D2, que fará parte integrante do episódio VIII, ao lado de Luke e Chewbacca.

No global, The Force Awakens é um bom filme, que consegue juntar as personagens de duas gerações distintas, trazendo de volta a magia do Universo Star Wars. Mas fiquei claramente com a sensação que sem Han Solo e a velha guarda este filme ficaria ao nível de um Episódio I, o que é preocupante.

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hugocardoso

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