Em 2009, Peter Jackson adquiriu os direitos para adaptar a obra de Philip Reeve ao cinema. Oito anos mais tarde, surge Mortal Engines, uma co-produção americana e neozelandesa que nos leva mil anos para o futuro, num futuro steampuk que ocorre após os eventos da Guerra dos Sessenta Minutos.
A civilização ocidental passou a aglomerar-se em Traction Cities, gigantescas cidades que conseguem mover-se pelo chão, a grande velocidade. No primeiro acto, vamos conhecer Hester Shaw, uma fugitiva com uma estranha cicatriz na sua face e Tom Natsworthy, um aprendiz do museu da Cidade de Londres, que se veem envolvidos numa conspiração que visa a destruição da muralha da China.
O vilão é Thaddeus Valentine, um arqueólogo que procura replicar tecnologia antiga, na tentativa de construir uma bomba quântica, a arma responsável pela Guerra dos Sessenta Minutos e que mudou a civilização como a conhecemos. Conforme mencionei, o ambiente é muito steampunk e o conceito no geral, é extremamente interessante, mas falha na componente das personagens e do próprio ritmo. São raros os momentos em que sentimos alguma preocupação para com o bem estar de Tom e Hester, que tem uma história de origem terrivelmente previsível e que pouco acrescenta à narrativa.
Os pontos mais altos são a interpretação de Hugo Weaving e a personagem de Anna Fang, uma fora da lei que é responsável pela defesa da Muralha Chinesa. O segundo acto, que acompanha a viagem dos nossos heróis é bastante fraco, valendo apenas pela introdução da personagem de Shrike, que tinha potencial para ser um antagonista relevante mas que acaba por ser terrivelmente mal aproveitado.
O acto final apresenta a batalha final, que opõe a cidade de Londres e a Muralha da China, mais conhecida por Shield Wall. As cenas de ação estão bem conseguidas e sinceramente, esta acaba por ser a parte mais interessante do filme, que falha redondamente na sua tentativa de criar um universo aliciante, que sustentasse o lançamento de dois filmes adicionais, para completar a saga. Previsivelmente, o filme foi um insucesso nas bilheteiras, o que inviabilizou a continuidade do projeto.
hugocardoso
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