Ready Player One

Sou um fã incondicional da obra de Ernest Cline, pelo que aguardava ansiosamente pela adaptação de Steven Spielberg. Recebi os trailers com entusiasmo, dado que retrataram de forma competente o universo virtual. Mas poderia o filme sobreviver apenas dessa forma? Eis a minha opinião.

Para quem conhece o livro, saliento apenas que se trata de uma adaptação, pelo que existem várias alterações e omissões face ao material original. Para os que desconhecem, precisam essencialmente de ter noção que a narrativa decorre em 2045 e acompanha as aventuras de um grupo de jovens, que procura encontrar um Easter Egg escondido no mundo virtual do Oasis. A recompensa pela vitória é o controlo total da plataforma e da fortuna pessoal do seu criador.

James Halliday, era um apreciador de cultura pop dos anos 70, 80 e 90, pelo que é fundamental conhecer os seus gostos e preferências de forma a interpretar as pistas. Existem três chaves que os jogadores devem obter para alcançar o mítico prémio final.

A personagem principal, Wade, conhecido por Parzival no mundo virtual, vive numa zona pobre, designada por Stacks (área com residências empilhadas na vertical) e ganha notoriedade quando é o primeiro jogador a obter a Copper Key. É nessa altura que a IOI, uma corporação que pretende obter o controlo total do Oasis, faz uma proposta de trabalho ao nosso “herói”. A recusa em entregar o trabalho de Halliday para fins lucrativos faz com que Wade se converta num alvo a abater, quer a nível digital como real.

Após uma tentativa falhada de assassinato, Wade conhece Art3mis no mundo real e iniciam com Sho, Daito e Aech uma demanda para derrotar Sorrento, o líder da IOI. Em termos de narrativa, fico por aqui, até para evitar spoilers. Esta visão de Spielberg é competente, faz alusão a vários pontos importantes de cultura pop, numa perspectiva mais moderna mas fica aquém do livro, que considero ser francamente superior.

Gostaria que tivesse sido investido mais tempo no mundo real, dado que existiam pontos interessantes para revelar acerca dos High Five. No que diz respeito aos vilões, gostei bastante de I-R0k e F´Nale mas fiquei algo desiludido com Sorento.

O outro ponto negativo é a escassa narrativa em termos de mundo real, resultado do caminho que foi seguido nesta adaptação. Há uma necessidade extrema de recorrer ao Oasis para demonstrar a tecnologia disponível mas o filme falha precisamente na premissa que tenta transmitir: dar ênfase ao tempo que passamos a viver a realidade.

Na capa da cópia do livro que possuo é feita uma afirmação interessante “Willy Wonka meets the Matrix”. Ao sair ontem da sala diria que a visão de Spielberg foi claramente assente na lógica de The Matrix ou mesmo Tron, falhando no resto.

Considero no entanto que estamos perante um bom filme, mas que tinha potencial para muito mais. E quanto a vocês, estimados visitantes/leitores? Têm algo a partilhar?

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hugocardoso

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