A Paramount+ apostou forte na adaptação da obra prima da Bungie, trazendo o universo de Halo para o seu serviço de streaming. Ao longo de nove episódios vamos conhecer as personagens principais da narrativa, assim como as suas motivações e agenda oculta.
Estamos no século XVI e a UNSC (United Nations Space Command) encontra-se em guerra com a Covenant, uma aliança de várias raças extra-terrestres, que pretendem erradicar a humanidade. Numa derradeira tentativa de mudar o curso da batalha, a Dra Catherine Halsey cria uma raça de super-soldados, que são liderados por John-117, mais conhecido por Master Chief. As suas capacidades invulgares garantem uma vantagem no campo de batalha, embora insuficiente para garantir uma vitória.
O cenário sobre uma alteração radical, quando é recuperado um artefacto antigo, denominado Forerunner Keystone, em Madrigal. É precisamente nesta batalha que vemos pela primeira vez os Spartans em ação, o que trouxe sem dúvida muitas memórias do clássico videojogo da Microsoft. Há uma ligação entre Master Chief e o artefacto, que será explorado ao longo da narrativa, levando-o a apresentar um comportamento errático, algo que vai contra a sua programação militar.
Vamos igualmente conhecer o passado do programa Spartan, mais especificamente o método cruel de recrutamento, que terá repercussões graves no futuro da equipa. Adicionalmente, na primeira metade da temporada, acompanhamos a revolução em Madrigal, que é liderada por Kwan Ha, com a preciosa ajuda de Soren-066, um desertor dos Spartans.
No que diz respeito à Covenant, a personagem principal desta primeira temporada é Makee, uma humana que foi doutrinada pelos Hierarchs e que tem a designação de “Blessed One”. À semelhança de John, apresenta uma ligação ao artefacto, que será relevante no derradeiro episódio, no planeta Hesduros. Estamos perante uma adaptação, que insere alguns elementos e personagens que não constam do lore do videojogo, o que pode afastar alguns dos fãs mais hardcore desta franquia. Sem colocar spoilers, existem decisões corajosas, sobretudo no episódio 8, envolvendo Makee e John, assim como a constante necessidade de mostrar Master Chief sem capacete.
Dito isto, existem muitos pontos positivos, dos quais destaco as cenas de ação, nos episódios um, cinco e nove, que são absolutamente fabulosas. Madrigal e Reach estão muito bem retratados e a personagem da Dra Catherine Halsey está terrivelmente bem conseguida. Pablo Schreiber e Jen Taylor apresentam uma boa química, sobretudo a partir da segunda metade da temporada, com o apogeu na derradeira cena de ação em Hesduros, que termina num gigantesco impasse.
A segunda temporada está confirmada e ficarei a aguardar ansiosamente. Na minha opinião, a série tem os seus prós e contras, com algumas decisões narrativas questionáveis mas consegue melhorar progressivamente, o que é importante para manter o meu interesse. Fico igualmente curioso para saber se teremos a aparição de The Harbinger na segunda temporada e qual o destino traçado para a personagem de Makee.

Hugo Cardoso

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