Após a destruição do planeta Romulus, Picard resolve afastar-se da Starfleet e opta por se dedicar à produção de vinho, algo que foi sugerido com alguma regularidade em TNG. A sua vida pacata vai acabar por ser interrompida após conhecer uma jovem, de nome Dahj, que aparenta ser uma forma de vida sintética, algo que foi banido há muito tempo, após um incidente no Planeta Marte.
Diria que a premissa principal desta temporada é a oportunidade de redenção de Picard, que nunca ultrapassou a morte de Data. Torna-se complexo abordar esta série sem expor demasiado a narrativa mas posso adiantar que existe uma ligação entre Dahj, Soji e Data, que criará as condições necessárias para que Jean Luc forme a sua equipa e rume a um Cubo Borg, controlado pelos Romulanos.
Ao longo dos dez episódios, vamos conhecer a história da tripulação (Dra Jurati, Elnor, Raffi e Rios), assim como o seu passado e motivações para embarcar numa aparente missão suicida. Sou um fã do universo Star Trek e aprecio os contornos mais “obscuros” da Starfleet mas esta primeira temporada acaba por ficar aquém das minhas expectativas.
As personagens, com excepção de Rios e Picard, têm pouca profundidade e são desenvolvidas de forma altamente superficial, o que nos impede de criar uma relação com as mesmas. No espectro oposto, os “vilões romulanos” estão bem conseguidos, o que permite desenvolver a narrativa e criar interesse pela batalha que irá ocorrer no derradeiro episódio. Aliás, salientaria que esta ambiguidade é um denominador comum da série, o que por vezes consegue ser bastante penalizador para a continuidade da narrativa.
A presença de Seven of Nine, Riker e Troi é fundamental nesta temporada, funcionando quase como uma âncora para Picard, que é uma sombra do Capitão que conhecemos. Os últimos três episódios são francamente bons, apesar de não ser apologista do desfecho escolhido para esta primeira temporada.
Para terminar, convido-vos a partilhar a vossa opinião acerca de Star Trek: Picard, que tem efetivamente potencial para ser um projeto de referência mas que necessita, em primeiro lugar, de encontrar a sua identidade no Universo criado por Eugene Wesley Roddenberry.

Hugo Cardoso

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