O Netflix converteu-se definitivamente no meu repositório de anime. Desta vez, a escolha recaiu no clássico de 1995, baseado na manga de Masamune Shirow.
A narrativa decorre em 2029, acompanhando a mais recente missão da Section 9, que tenta capturar um hacker de nome Puppet Master, que se converteu numa ameaça à segurança do Japão. A investigação da Major Kusanagi resulta na recuperação de um corpo, criado pela empresa Megatech Body. De forma inesperada, a equipa depara-se com um “fantasma” no cérebro cibernético, o que levanta uma série de questões e dúvidas acerca da sua origem.
Rapidamente são visitados pelo Chief Nakamura, responsável da Section 6, que reclama o corpo, alegando que esse fantasma é do terrorista Puppet Master. Seguem-se algumas cenas de ação, que vou evitar detalhar, mas essencialmente o corpo acaba por ser reativado, adquirindo consciência própria, o que leva a um pedido de asilo político.
Torna-se difícil abordar a narrativa sem dar spoilers, mas posso adiantar que estamos perante uma conspiração governamental, em que nem tudo é o que aparenta. Há uma clara vertente filosófica, em que se aborda o conceito de ser vivo e o direito à vida.
O terceiro acto é fenomenal, terminando com uma solução curiosa e que converte Ghost in the Shell numa das referências de anime. Existem temas profundos que são abordados na narrativa, que é fortemente influenciada pelo cyberpunk. Foi um prazer revisitar este projeto e constatar o quão pioneiro foi este e outras referências do género.
Se tiverem oportunidade, recomendo sem hesitação que invistam 82 minutos do vosso tempo neste filme.

Hugo Cardoso

Últimos artigos de Hugo Cardoso (Ver todos)
- Thunderbolts - 2025-10-10
- Thursday Murder Club - 2025-10-05
- Shangri La Frontier T.1 - 2025-09-30