Matrix: Resurrections

Em 1999 tive a oportunidade de ver no cinema a estreia de The Matrix. Foi uma das melhores experiências cinematográficas da minha vida e ainda hoje é uma referência pessoal em termos de ficção científica. Os restantes filmes da trilogia, na minha opinião, foram decrescendo exponencialmente de qualidade, acrescendo muito pouco à narrativa.

Dito isto, foi com muito cepticismo que encarei Resurrections, que revisita este universo incrível sessenta anos após os eventos do filme original. Neo é um famoso criador de jogos, mais especificamente The Matrix, com muita dificuldade em distinguir a realidade do mundo virtual. O primeiro acto apresenta-nos Bugs, a capitã da Mnemosyne, que tenta localizar Thomas Anderson, com o intuito de o libertar da simulação que decorre em loop há décadas.

Existem muitas referências ao primeiro filme, com conceitos interessantes e que incluem a introdução de duas versões distintas do Agent Smith, assim como de Morpheus. Os visitantes mais assíduos sabem que evito spoilers, mas contem com alguns flashbacks e ligações constantes a imagens e momentos icónicos da trilogia. O objetivo é claro: garantir o fan service e enquadrar as gerações mais novas, que cresceram com outras referências cinematográficas.

As cenas de ação cumprem o pretendido e, em certos momentos, os diálogos são cativantes mas raramente me senti de regresso ao universo maravilhoso de The Matrix. A personagem de The Analyst é, para mim, um dos pontos mais positivos, demarcando-se claramente de interpretações muito medianas de Carrie Ann Moss e Keanu Reeves.

O segundo acto é substancialmente melhor,  beneficiando da introdução de Io, a cidade que emergiu das cinzas de Zion. Ficamos a conhecer a realidade após os eventos de Matrix Revolutions, com uma coexistência pacífica entre máquinas e humanos, assim como outros pormenores que irão interligar a narrativa e lançar a premissa para o derradeiro acto.

O desfecho do filme é, para mim, pouco satisfatório, acrescentando muito pouco ao lore de Matrix. No que diz respeito a desenvolvimento de personagens, o cenário é ainda pior, falhando redondamente em quase todos os níveis. Lamentavelmente a maior parte dos meus receios confirmou-se, sendo difícil recomendar este filme, sobretudo para os fãs da saga. Pessoalmente, considero que é superior a Revolutions mas não justifica o regresso a um Universo que merecia claramente um capítulo final épico.

Mediano
65%
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Hugo Cardoso

Criador / Fundador do Portal Pessoal
Membro da fantástica colheita de 1978. Utilizador de . Adepto do SLB, LA Lakers e Colorado Avalanche. Entusiasta de Retro Gaming, Cinema e BD. Colecionador de Estátuas na escala 1/6. Fã #1 de Muttley, o podengo.

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Acerca de Hugo Cardoso

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