Apesar do choque inicial este projeto foi ganhando a minha confiança, convertendo-se num dos filmes que mais ansiava ver em 2022. Vamos acompanhar o segundo ano de combate ao crime do nosso herói, numa fase em que a corrupção assola por completo Gotham.
A atmosfera sombria está muito bem recriada e o primeiro acto é fabuloso, introduzindo as personagens principais e a premissa narrativa que vai suportar as quase três horas de filme. Um misterioso serial killer aterroriza a cidade, assassinando algumas das principais figuras políticas, no sentido de revelar a sua verdadeira “identidade”. Adicionalmente, cada cena do crime tem uma mensagem específica para Batman, no formato de adivinha.
O tenente James Gordon solicita o auxílio de Batman para a investigação, algo que não cai bem no seio da GCPD, sendo notório o desconforto ao longo de todo o filme. Conforme referi no parágrafo inicial, vamos acompanhar a génese do nosso herói, que recorre a dedução e investigação, apesar de termos várias cenas épicas de ação.
Apesar da utilização de tecnologia topo de gama, o foco reside na componente humana, o que eleva este filme a um patamar elevado. Temos igualmente uma panóplia de figuras relevantes no universo de Batman, tais como The Riddler, Alfred, Selina Kyle, Gordon, Oz e Falcone, que conferem uma ligação à franchise, sobretudo para os fãs mais hardcore.
Matt Reeves fez um trabalho fantástico, com uma narrativa envolvente, complementada com uma excelente fotografia e uma banda sonora soberba. No que diz respeito a actores, destaque para o trabalho de caracterização de Colin Farrell, que está irreconhecível. Robert Pattinson e Zoë Kravitz formam uma boa dupla, com a química necessária para serem convincentes.
No entanto, gostaria que o filme tivesse mais foco na personagem de Bruce Wayne, algo que ficou praticamente esquecido, assim como a sua relação com Alfred. Enquanto Batman, sem dúvida que Pattinson cumpriu mas fica a dúvida no que diz respeito à sua vida de magnata e celebridade de Gotham.
No final do terceiro acto, temos a inevitável introdução de Joker, que tem um diálogo interessante com The Riddler, numa das celas de Arkham. Em conclusão, fiquei agradado com a qualidade desta nova adaptação de Batman e fico ansioso pela confirmação de uma trilogia, para podermos expandir e introduzir mais vilões.

Hugo Cardoso

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