O Status Quo da Coleção

Há dezassete anos atrás tomei a decisão de iniciar uma pequena coleção de algumas das minhas franquias preferidas. Como é habitual, o saudosismo teve um impacto tremendo na decisão, tendo a escolha recaído em bobble heads da Hanna-Barbera, e, mais tarde, Star Wars, Family Guy e Looney Toons.

Lamentavelmente, não encontrei fotos dessa fase inicial, embora tenha quase a certeza que estarão arquivadas algures num dos discos externos que servem de backup. Fica no entanto a promessa de atualizar este artigo, assim que as localize. Quero apenas relembrar que em 2006 a Funko não tinha a linha de POP, que se tornou icônica, pelo que a inevitável evolução me levou para o universo das action figures e figuras de vinil. O orçamento permanecia limitado e foi necessário vender a coleção de bobble heads, que deveria andar na casa das 20 unidades.

Nesta fase, o mercado asiático era livre de taxas alfandegárias, pelo que foi simples adquirir a linha dos Transformers, da Revoltech e algumas figuras da Neca, com destaque para Tomb Raider, Predador, 300 e Aliens. Um pouco mais tarde, a coleção foi complementada com figuras da DC, mais especificamente de The Watchmen, do qual sou um enorme fã. Grande parte destas compras foram realizadas na Ghoul Gear (Faro) e numa loja do Colombo cujo nome me escapa de momento. Fica a informação adicional de que ambas já encerraram actividade há algum anos.

Seguiu-se novo upgrade, com a venda das figuras e passagem para as estátuas da Kotobukiya, nomeadamente a linha Star Wars, Justice League, Uncanny X-Men e Avengers Assemble. A escala de 1/10 permitia cerca de 4 peças por prateleira, o que me possibilitou a aquisição de cerca de 36 estátuas, ao longo de quatro a cinco anos.

Como devem ter depreendido, este ciclo interminável volta a sofrer uma mudança de rumo. Algures em finais de 2018, decido que “less is more” e opto por escolher a escala 1/6, com a regra de uma estátua por prateleira. Dito isto, é igualmente nesta fase que mudo o layout da coleção, para dar mais destaque ás peças. O rigor orçamental foi algo que sempre valorizei e os fundos adquiridos pela venda das estátuas 1/10 permitiram a aquisição de duas peças, um Iron Man da Kotobukiya e um Batman, da Tweeterhead.

O esforço financeiro passa a ser completamente distinto, o que me leva a decidir pelos Avengers e X-Men, em termos de foco principal. O plano original passa por adquirir cerca de 12 peças, sendo que 10 ficariam expostas na Detolf e as restantes na sala, numa zona em que já tinha uma Kallax. Lentamente, a coleção vai sendo moldada, com a entrada de Strike-Down Thor e Magneto, da Bowen e Storm, Psylocke e Rogue, da linha Danger Room Session.

E com o confinamento associado à pandemia, os meus hábitos mudam drasticamente, com a entrada no mundo dos omnibus, que são essencialmente edições de colecionador, com dezenas de capítulos condensados numa série de volumes. Nesse período de 24 meses vou adquirindo vários livros, da DC, Marvel, Dark Horse e Vertigo, o que me leva a realizar a incluir Kallax na coleção, como solução de armazenamento. E é nesta fase que opto por vender todas as estátuas da Marvel, com excepção de Wolverine, para investir na galeria de rogues do Batman e nalgumas peças muito específicas de Star Wars.

No primeiro trimestre de 2022 a minha situação profissional sofre uma mudança radical, que me permite ter mais tempo disponível e curar vários elementos da coleção. A entrada de omnibus reduz substancialmente e chegam finalmente duas das pré-reservas que tinha pendente, no que diz respeito ás estátuas.

2023 foi um ano de consolidação, com mais vendas do que compras e uma redução significativa no esforço financeiro associado. Sinto que alcancei o equilíbrio que ambicionava, com um total de doze estátuas, maioritariamente na escala 1/6 e a entrada de algumas peças icónicas, que dificilmente irei abdicar no futuro. Para este ano de 2024 irei adicionar apenas uma estátua, que muito provavelmente será a última por período indeterminado. O objetivo deste artigo é partilhar a viagem e ajudar potenciais colecionadores a evitar alguns erros.

Este hobby deve ser terapêutico e ajudar-nos a escapar do mundo real, que consegue ser cruel, em várias ocasiões. Foram necessários 18 anos para atingir o nível atual e como é evidente, foram cometidos inúmeros erros pelo caminho. Mas como se costuma dizer, o importante é a viagem e não o destino. Sejam pacientes, coloquem limites e criem um orçamento saudável, que vos permita utilizar algum do valor extra que poupam anualmente.

Para terminar, quero apenas salientar que dentro de algumas semanas vai ter início uma remodelação do QG O Portal Pessoal , que irá terminar a minha visão para a coleção, no que diz respeito a disposição. Para quem estiver interessado, irei fazendo algumas actualizações deste processo através do Instagram.

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Hugo Cardoso

Criador / Fundador do Portal Pessoal
Membro da fantástica colheita de 1978. Utilizador de . Adepto do SLB, LA Lakers e Colorado Avalanche. Entusiasta de Retro Gaming, Cinema e BD. Colecionador de Estátuas na escala 1/6. Fã #1 de Muttley, o podengo.

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Acerca de Hugo Cardoso

Membro da fantástica colheita de 1978. Utilizador de . Adepto do SLB, LA Lakers e Colorado Avalanche. Entusiasta de Retro Gaming, Cinema e BD. Colecionador de Estátuas na escala 1/6. Fã #1 de Muttley, o podengo.

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