A Netflix continua a apostar forte no universo de The Witcher. Desta feita, a escolha recaiu numa adaptação muito livre de A Little Sacrifice, da autoria de Andrzej Sapkowski.
A premissa é relativamente simples e transporta-nos para Bremervoord, a cidade natal de Jaskier. Geralt é contratado pelos pescadores para eliminar uma criatura marinha, mas depara-se com uma situação bem mais complexa, que vai suportar a narrativa desta aventura. Existe uma inspiração clara em a Pequena Sereia, numa alusão clara aos sacrifícios que o Amor requer.
Apesar do foco ser a relação impossível entre o principe Agloval e a princesa Sh’eenaz, existe espaço para a incontornável saga amorosa de Geralt e Yennefer, que está condenada a falhar, precisamente pela incapacidade de ambos cederem nas suas intenções. No entanto, temos a inclusão de Essi, uma barda que se vai converter no interesse amoroso de Geralt.
Adicionalmente, vamos tomar conhecimento do passado de Jaskier, numa clara tentativa de gerar empatia e explicar a sua animosidade para com um dos filhos ilegítimos do Rei. Como não podia deixar de ser, a ação está presente, com destaque para as batalhas com os Vodnik e com a vilã Melusina.
Saliento que a maior virtude desta aventura é a qualidade da animação, que fica a cargo do Studio Mir, Studio IAM, Platige Image e Hivemind. Destaque igualmente para o casting, que adiciona Doug Cockle (a voz dos videojogos), aos actores da série (Joey Batey e Anya Chalotra). numa decisão peculiar, que coloca ainda mais pressão sobre Liam Hemsworth.
Sirens of the Deep está longe de ser brilhante, mas é muito superior a Nightmare of the Wolf. A minha principal crítica vai para a narrativa simples e terrivelmente previsível, que acaba por impactar de forma negativa a experiência global do filme.
No entanto, é uma opção válida, sobretudo para quem é fá da obra de Sapkowski.

Hugo Cardoso

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