O vigésimo quinto filme da saga James Bond começou a ser desenvolvido em 2016 e passou por diversos impasses. Para complicar ainda mais, a pandemia surgiu, alterando por completo as datas de lançamento, lançando igualmente algumas dúvidas acerca do sucesso deste projeto.
Spectre esteve longe de me convencer, apesar da excelente interpretação de Christopher Waltz e, como sabem, não sou o maior fã de Daniel Craig como o agente secreto 007. Dito isto, No Time to Die é uma abordagem diferente, mostrando o nosso herói numa fase em que se retirou do mundo da espionagem, tentando levar uma vida a dois com Madeleine Swann. A sequência inicial do filme está muito bem conseguida, lançando a premissa que carregará a maior parte da narrativa.
Lyutsifer Safin é um vilão imponente e que aparenta ser um desafio para James Bond, que irá tentar localizar o paradeiro de Valdo Obruchev, um cientista que foi raptado de um laboratório secreto dado MI6. A CIA, no papel de Felix Leiter, solicita a ajuda não oficiosa de Bond, que o colocará numa competição direta com o seu sucessor, Nomi, que é igualmente a nova agente 007.
A cena de ação em Cuba, que conta com a participação de Paloma (Anna de Armas) é, para mim, o ponto mais alto de No Time to Die, reintroduzindo na narrativa Stavro Blofeld. Adicionalmente, a missão passa a ser a eliminação do projeto Héracles, algo que assombra Q, por motivos que serão explicados no terceiro acto deste filme.
Os 163 minutos desta aventura tem pontos interessantes, mas é assolado por decisões que retiram qualidade à narrativa. Como é habitual, vou evitar os spoilers mas fiquei francamente desiludido com o acto final, que desvirtua por completo a personagem de James Bond, numa tentativa clara de surpreender o espectador. Gostaria igualmente que o vilões tivessem sido aproveitados de forma mais competente, sobretudo quando estamos a referir-nos a um fim de ciclo com Daniel Craig.
No Time to Die tinha um potencial enorme, que na minha opinião, foi desperdiçado, resultando num produto final que fica muito aquém das minhas expectativas. Dito isto, fico a acompanhar de forma paciente o novo casting e qual o futuro desta franchise, que de acordo com os rumores, pode passar para o controlo da Disney ou Amazon, o que seria absolutamente terrível.
hugocardoso
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Um comentário em “007: No Time to Die”