Masters of the Universe: Revelation

A série original marcou sem dúvida a minha infância, pelo que foi com entusiasmo que recebi a notícia de uma nova série, com Kevin Smith a liderar o projeto. Revelation traz uma visão moderna à narrativa, com muito foco no lore de MOTU, aliado a um casting simplesmente fabuloso.

Os primeiros cinco episódios ficaram disponíveis há cerca de dois meses, via Netflix e foram terrivelmente mal recebidos, o que, pessoalmente, me parece um exagero completo. Conforme referi, esta versão apresenta uma complexidade narrativa, com foco no desenvolvimento das personagens e na forma como lidam com a perda e o insucesso. Por esse motivo, é evidente o contraste com a série original, que foi criada com o objetivo claro de vender brinquedos, com histórias simples e no formato “monster of the week”.

O primeiro episódio leva-nos de volta a Eternia, mais especificamente ao Palácio Real, para assistirmos à cerimónia de passagem do título de Man-At-Arms, que passará a ser ostentado por Teela. Paralelamente, acompanhamos os eventos que ocorrem no Castelo Grayskull, em que Skeletor tenta (novamente) enganar a Feiticeira e ter acesso aos segredos do Universo. Vou evitar os detalhes, como é habitual, mas contem com acontecimentos inesperados, mas que conferem uma mudança brutal na narrativa.

Os episódios seguintes forjam uma aliança inesperada, que consiste numa viagem até ao reino de Subternia, juntando Teela, Andra, Orko, Beast-Man, Evil Lynn e Roboto, que pretendem recuperar a magia e evitar a destruição do Universo. Pelo meio, teremos confrontos épicos com as forças de Merman e com o próprio ScareGlow , em que se acumulam os sacrifícios pessoais em prol do sucesso da missão. Diria que um tema recorrente em Revelation são os arcos narrativos de redenção, em que a fronteira vilão/herói é ténue. Um dos pontos que mais me agrada é precisamente o facto de acompanharmos ambos os lados e percebermos as motivações pessoais, assim como os seus receios e inseguranças.

Há muito fan service e referências ao lore de MOTU, com destaque para o aparecimento de Tri-Klops, Stinkor, Majestra e todo o reino de Preternia, em que conhecemos os heróis de outras Eras. A segunda metade da temporada foca-se mais na batalha pelo Poder de Grayskull, numa perspectiva filosófica do Universo, em que crenças e o conceito de tradição são colocados em causa.

As cenas de batalha estão verdadeiramente épicas e a abordagem à personagem do Príncipe Adam é fabulosa, delineando claramente os motivos que o convertem no derradeiro herói de Eternia. Uma vez mais, temos a aparição de personagens icónicas, tais como Stratos, Fisto, Clamp-Champ e Ram-Man, o que mantém aquela ligação simbiótica à série original. Destaco igualmente a cena final, que envolve a Motherboard, em que somos introduzidos a mais um elemento clássico de MOTU, que nos deixa claramente a sensação de que vamos ter uma segunda temporada.

Revelation é para mim uma lufada de ar fresco, aproveitando o lore rico em conteúdo de MOTU. É uma aventura que constrói os alicerces para uma visão moderna da série, assente num casting de luxo, composto por Mark Hamill, Chris Wood, Sarah Michelle Gellar, Liam Cunningham, Lena Headey, Kevin Conroy, Henry Rollins e Alicia Silverstone, para citar os mais relevantes.

Do meu lado, concluo este artigo com o convite para investirem nos 10 episódios e formarem a vossa opinião. Se aceitarem o desafio, peço-vos apenas que deixem um comentário com o vosso feedback.

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hugocardoso

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