A derradeira temporada desta série peca por tardia, na minha opinião. Sou um fã das primeiras duas temporadas, que se focaram nos Grounders e apreciei os eventos que levaram à City of Light e a A.L.I.E. Tudo o resto é uma amálgama de ideias, que funciona nalguns episódios mas que se desmorona por completo no contexto de uma temporada.
Dito isto, existem pontos positivos neste fecho de ciclo. A história da Dra Becca Franco é interessante e a luta pela Transcendência, um conceito novo que é introduzido, ajuda a superar algumas decisões terríveis por parte dos argumentistas. Cadogan e Sheidheda são os grandes antagonistas da sétima temporada e após um começo auspicioso, com dois episódios francamente bons, regressamos a uma narrativa sem sentido, com decisões que se desviam por completo do pré-estabelecido para as personagens.
A grande moral passa por descobrir que o Teste não é uma batalha mas sim um evoluir da mente, que permite aos humanos ascender e colocar um fim ao ciclo de violência que nos caracteriza. O final escolhido é absolutamente desolador, matando novamente uma série de personagens marcantes, em momentos completamente aleatórios e que desvaloriza os sacríficios realizados.
Confesso que esperava muito mais, sobretudo após os primeiros episódios, mas existe um desfecho, que alguns podem considerar feliz, face aos acontecimentos. Tendo em conta a viagem incrível de Octavia, Murphy, Raven, Clarke, Bellamy e muitos outros, esta série merecia um final épico para poder marcar uma era no género de ficção científica.
Se procuram algo violento, com decisões impossíveis e uma narrativa frenética, esta é uma opção a considerar. As personagens são fortes mas preparem-se para um decréscimo qualitativo ao longo das temporadas, que vai certamente influenciar a vossa opinião final acerca deste projeto.

Hugo Cardoso

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